Assumir a necessidade de revisar nossas ideias tradicionais de tempo nos coloca diante de um imenso problema filosófico. Boa parte das filosofias estabelecidas utilizaram-se da compreensão tradicional da temporalidade, deixando-nos com a pergunta: o que acontece se alterarmos a percepção de tempo nesses sistemas? Embora a resposta absoluta a essa questão exija esforços imensos e extensos, certos casos mostram-se bastante profícuos, justificando a investigação, pois os resultados esperados prometem enriquecimentos significativos das teorias inicialmente elaboradas. Este livro é movido por essa discussão, reunindo quatro momentos fundamentais da problemática do tempo no mundo contemporâneo: a narratividade como traço distintivo humano em Paul Ricoeur; o tempo como condição do ser-no-mundo em Heidegger; a sistemática temporal do capitalismo em Marx; e as estruturas sociais do tempo em Hartmut Rosa. Cada uma dessas perspectivas é comparada com o tempo real, não desconsiderando essas visões, mas ampliando seu contributo para pensar o mundo. O objetivo é situar o tempo fora de nosso juízo comum e ultrapassar essa visão para ir à realidade em seu fundamento. Ao explorar essas quatro abordagens, o livro proporciona uma reflexão profunda e inovadora sobre o conceito de tempo, questionando as noções estabelecidas e propondo uma nova compreensão da temporalidade. É uma leitura essencial para quem deseja aprofundar-se na filosofia do tempo e entender como diferentes pensadores abordaram esse tema crucial para a compreensão do mundo contemporâneo.
Advertência
O tempo hoje
Ricoeur, a narrativa e as ficções do tempo
Heidegger e o dasein do tempo – no não-tempo
No limiar de uma crítica: Marx e as relações temporais de produção
Sociedade, alienação e aceleração: as estruturas sócio-temporais de Hartmut Rosa
Referências