O terrorismo ideológico-religioso é um fenômeno global que ganhou novos contornos a partir do 11 de setembro de 2001, tornando-se um movimento que, assim como a internet e a globalização, ignora fronteiras nacionais e afeta, direta ou indiretamente, todas as formas de sociedade. Essa espécie de terrorismo tem estreita ligação com a cultura islâmica, representando uma pequena parte dessa comunidade que se manifesta, de forma ilegítima, contra as opressões típicas de uma globalização que privilegiou apenas os aspectos econômicos, enquanto afetava todas as outras áreas da vida social. A “guerra ao terror”, deflagrada em 2003 com a invasão do Iraque pelos Estados Unidos da América, claramente não serviu aos seus propósitos de paz mundial e de acabar com a ameaça terrorista, porquanto esse fenômeno ampliou-se no cenário internacional, atingindo outras localidades através de novos grupos salafistas e demonstrando que não é possível conter a violência derivada com a violência estrutural. Ainda, os discursos desumanizantes direcionados ao Oriente e à comunidade muçulmana acirram esse panorama, impedindo que grupos de pessoas sejam percebidos como seres humanos e, consequentemente, como detentoras de direitos. Diante desse cenário, o objetivo desse trabalho é verificar se a cooperação internacional pode ser um denominador comum para se buscar formas não-violentas de se combater o terrorismo, passando pelo repúdio a discursos desumanizantes. Assim, questiona-se de que maneira pode-se pensar uma cooperação internacional que dê conta de desenvolver um combate efetivo e não-violento ao terrorismo, perpassando o reconhecimento de direitos humanos a grupos sociais que foram retirados de sua condição humana. O livro foi dividido em dois capítulos, sendo o primeiro responsável por estudar o fenômeno do terrorismo ideológico-religioso sob o viés dos estudos culturais, entendendo sua ligação com as identidades culturais, e verificar de que maneira o tratamento conferido pelos Estados e pela mídia acirra cenários de hierarquização cultural no ambiente internacional. O segundo capítulo, por sua vez, aborda os discursos desumanizantes na tentativa de compreender como eles ocorrem, quais suas consequências e de que maneira eles estão interligados às relações de poder que tomam forma no cenário global, passando para a abordagem da cooperação internacional como uma possibilidade de combate humano e não-violento ao terrorismo.
SUMÁRIO
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
Capítulo 1 - O TERRORISMO SOB A ÓTICA DOS ESTUDOS CULTURAIS PARA (RE)PENSAR CENÁRIOS DE EXCLUSÃO NA SOCIEDADE EM REDE
1.1 Um estudo cultural dos movimentos de terrorismo pensados a partir do atentado de 11 de setembro de 2001 25
1.2 A guerra ao terror e o tratamento conferido pela mídia ao terrorismo como reafirmação de uma hierarquização cultural
Capítulo 2 - A COOPERAÇÃO INTERNACIONAL COMO ALTERNATIVA PARA O COMBATE AO TERRORISMO EM UM CENÁRIO DE DESUMANIZAÇÃO
2.1 Os discursos desumanizantes como pressuposto para a relativização dos direitos humanos no cenário internacional
2.2 As perspectivas de uma cooperação internacional para (re)significar o combate aos movimentos terroristas de maneira humana e efetiva
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ANEXOS
B327c Bastos, Bruna Os caminhos do terrorismo e da desumanização: por uma cooperação internacional / Bruna Bastos. - Cruz Alta : Ilustração, 2021.
237 p. : il. ; 21 cm
ISBN 978-65-88362-86-0
DOI 10.46550/978-65-88362-86-0
1. Terrorismo. 2. Globalização. 3. Cultura. I. Título
CDU: 323.28