O Constitucionalismo da América Latina promove Estados de Transição para afastar a ocidentalização e solidificar nas Cartas Políticas a relevância das populações originárias, dos seus conhecimentos em relação à preservação da Natureza, com o intuito de reduzir a atual exploração ambiental da América Latina, emancipando-a, avultando um modelo de desenvolvimento que seja pautado no Bem Viver e promova, a sustentabilidade multidimensional. Repisa-se que o que esta obra trata não é de um retorno ao passado, mas de um debate acerca do futuro. Sendo assim, apoia-se na necessidade do fortalecimento de uma identidade na América Latina, o que implica em um maior relacionamento entre os países, que se voltem para si próprios, e não para o exterior em demasia. O Neoconstitucionalismo Transformador é condutor para o Estado Democrático de Direito Ecossustentável (enfatizando-se o Brasil) porque proporciona um diálogo cultural sem subordinações, semeando a sustentabilidade e também a implementação da responsabilidade socioecológica. É importante dizer que os sinais de esgotamento ambiental são perceptíveis (queimadas, secas, enchentes), de modo que extração, produção, distribuição, troca e consumo é uma totalidade orgânica, sendo necessário mudar todos os elos da cadeia para obter resultados frutíferos no que diz respeito à salvaguarda da vida na Terra. Hodiernamente, há um nascente ecologismo político na América Latina pós-extrativista, porém, embora seja um movimento intelectualmente forte, na prática existem dificuldades de implementação. A retomada da identidade latino-americana somada à premência de emancipação, bem como aos ensinamentos das culturas originárias e aos ideais da sustentabilidade são o diferencial para que a América Latina inspire o seu devido respeito, avultando a força dos saberes encobertos e também o plurinacionalismo, apresentando a sua real experiência, que é distinta da experiência ocidental. As reflexões deste livro reafirmam que se não houver uma mudança de comportamento dos seres humanos, acordos firmados entre as presentes e as futuras gerações desvanecerão. A crise civilizatória e o caos socioecológico estão acontecendo neste exato momento, não se pode assistir de forma atônica a ruína do planeta Terra.
Nota da autora
Parte 1 - Uma projeção da responsabilidade socioecológica
Capítulo 1 - Plurinacionalismo, interculturalidade e bem viver como modelo de desenvolvimento
Capítulo 2 - Cultura originária na proteção dos ciclos vitais da natureza
Capítulo 3 - A correlação entre sustentabilidade e bem viver como matriz da responsabilidade socioecológica
Parte 2 - Estado democrático de direito ecossustentável no Brasil
Capítulo 4 - ações brasileiras, populações tradicionais e a posição do brasil no constitucionalismo latino-americano
Capítulo 5 - Estado de direito, democracia e ecossustentabilidade no brasil
Referências