
O elitismo, junto com a desigualdade, está entre as maiores marcas da sociedade brasileira. Estrutural, ele atravessa todas as dimensões da vida do país, do mundo do trabalho à institucionalidade política, das relações cotidianas aos ritos formais do sistema jurídico. Não é surpresa, portanto, que ele esteja também presente na história das nossas universidades. Desde sua origem, a universidade brasileira assumiu a meritocracia classificatória como única forma de acesso às suas cadeiras e, por esse motivo, serviu de lócus de reprodução para as elites econômicas e intelectuais, cumprindo o papel que outrora fora assumido por instituições como a Universidade de Coimbra, em Portugal, para a qual as elites regionais enviavam seus filhos durante os períodos colonial e imperial. Desde 1920, data da criação da primeira instituição e ensino superior em território nacional, no Rio de Janeiro, até esse início de século 21, são raras as experiências de democratização da universidade, seja em relação ao seu acesso pelo conjunto da população, seja na sua forma de funcionamento e de relação com a sociedade. É nesse quadro que a experiência da Universidade Federal da Fronteira Sul adquire centralidade e importância, pois é pioneira e até mesmo revolucionária. Estudá-la, portanto, é fundamental para refletirmos não apenas sobre como tornar essa experiência ainda mais democrática, mas também para reconhecer-lhe a condição de referência que ela tem condição de ser. É para isso que este livro pretende contribuir.
PREFÁCIO11
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO
1 A CIÊNCIA E A INTERPRETAÇÃO DO MUNDO: O CONCEITO DE “DUPLA HERMENÊUTICA” E A RELAÇÃO ENTRE CIÊNCIA E SENSO COMUM
1.1 Ciência e senso comum
1.2 Ciência e política
2 A UFFS, O CAMPUS CERRO LARGO E A ESCOLHA DOS GESTORES
2.1 A Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS
2.2 O Campus Cerro Largo
2.3 O processo de escolha dos gestores
3 A ESCOLHA DOS GESTORES E A DEMOCRATIZAÇÃO DA UNIVERSIDADE: O MODELO DA UFFS É UMA EXPERIÊNCIA EFETIVA DE DEMOCRATIZAÇÃO?
3.1 Nota metodológica
3.2 Perfil e amostra dos entrevistados
3.3 A UFFS, seu modelo de gestão e seu papel institucional na visão da sociedade
3.4 A UFFS, seu modelo de gestão e seu papel na visão dos gestores institucionais
3.5 Dupla hermenêutica como caminho para superar as lacunas existentes entre a universidade e a sociedade
BREVES CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS